Carregando... aguarde
Sobre GUSTAVO DALL'ARA - Guia das Artes
Sobre GUSTAVO DALL'ARA
Sobre GUSTAVO DALL'ARA
inserido em 2022-02-01 19:53:43
Fundador da Galeria de Arte Paiva Frade em São Lourenço - MG ; Fundador da Galeria Ruptura em São Paulo - SP
Veja outras colunas de Alexandre Paiva Frade
Conteúdo
Rovigo, Itália 1865 - Vargem Alegre RJ 1923
 
Em 1881, entrou para a Academia de Belas Artes de Veneza na Itália, onde que frequentou regularmente até 1883 e conviveu com o chamado “Sucesso Realista da Veneza Popular”, entre os artistas considerados Acadêmicos, da Segunda Metade do Século XIX, que retratam a vida cotidiana da época e os afazeres populares com vivacidade das pessoas com grande realismo. 
 
A escolha das cores, a vivacidade dos temas retratados, a capacidade de captação de vislumbres e os efeitos de luz da vida popular, são as características que o fizeram um artista muito apreciador e pelo grande público.
 
Em Veneza, trabalhou como desenhista e caricaturista do periódico Sior Tonin Bonagrazia.
 
No Brasil, reside no Rio de Janeiro onde seu primeiro emprego é de diretor artístico e desenhista do semanário “Vida Fluminense”. 
 
Em 1893 até 1895, ao lado do engenheiro Aarão Reis, participou da comissão de para planejar e construir Belo Horizonte, a nova capital da província de Minas Gerais, no antigo Curral d´El Rei. O caráter realista de sua obra, com a qualidade fotográfica, que o fez participar da equipe pode ser visto, posteriormente na aquarela arquitetônica da Paróquia Santuário Nossa Senhora da Salette, ainda sem seus vitrais.
 
Premiado com medalha de 2ª classe (prata) na VIII Exposição Geral (1901).
Em 1904, decorou uma das salas da Vila Itararé, em Petrópolis, 
 
A Gazeta de Notícias, de 07 de junho de 1905 divulgou um polêmico incêndio que destruiu sua casa, em local distante onde a ajuda dos bombeiros demorou, e a água não teve pressão suficiente.  
 
Porém, no Correio da Manhã e no Jornal do Brasil as notícias são que Dall'Ara foi detido para averiguações, e solto somente após apelação, com suspeita que tenha colocado fogo para receber o seguro, realizado uma semana antes.
 
Após o corrido uma referência de endereço do pintor é à Rua Doutor Rego Barros, nº 65, no Santo Cristo, na entrada do morro da Favela do Morro da Providência.
 
As metamorfoses vividas pela cidade são narradas nas obras de Gustavo Dall’Ara, algumas de maneira mais explícita como a temática favela que, a partir de 1910, torna-se recorrente, com luminoso cromatismo, beleza e dignidade, retratando os excluídos numa sociedade pós-escravocrata, com negros, sem direito a terra e fora do mercado de trabalho, ocupado por imigrantes, a quem restou a habitação nas favelas próximas à região central onde faziam “Bicos”. 
 
Antagonicamente no Salão Nacional de Belas Artes de 1913, Dall’Ara, expôs telas da Favela: 
• Subindo o morro, 
• Ronda à favela e
• Tarefa pesada. 
Conquistou a Grande Medalha de Prata. 
 
Portador de epilepsia é acometido por um mal mais discriminatório nesta época: a sífilis. Com o agravamento dos males, em 1923, diagnosticado com uma complicação da sífilis que invade o sistema nervoso, atingindo o cérebro, é internado no Dispensário Afrânio Peixoto e transferido a Hospital-Colôniade Psicopatas de Vargem Alegre no Rio de Janeiro, onde suicida-se, atirando-se do alto do segundo andar do pavilhão masculino.
 
No livro, “Pequenos estudos sobre Arte” de 1926, Moises Nogueira da Silva dedica um capitulo ao artista que tambem teve uma importante biografia editada por Laudelino Freire, em 1915, trazendo relatos e informações do próprio artista. 
Em 1986, Ronaldo do Valle Simões, Umberto Cosentino e Sandra Quintella, publicaram um livro biográfico de Gustavo Dall´Ara.
 
Possui obras no Museu Nacional de Belas Artes, no Museu da República, no Museu de Arte do Rio de Janeiro

 

Compartilhe
Comente