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E a Cultura, como vai? - Guia das Artes
E a Cultura, como vai?
E a Cultura, como vai?
Quando penso que já vi de tudo, vejo que estou completamente enganada.
inserido em 2017-03-02 13:25:05
Colunista: Ana Bittar
Os trabalhos figurativos são destaque em salões e exposições.
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Quando penso que já vi de tudo, vejo que estou completamente enganada. Recentemente escrevi uma matéria sobre o encerramento das atividades da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. E também sobre o descaso e as dificuldades em relação a cultura de um modo em geral. Muitos leitores comentaram, compartilharam, e eu agradeço imensamente o apoio. E quando eu disse que a Cultura no nosso país está na UTI, não menti e nem enganei. Fiquei sabendo que o Balé Teatro Guaira e a Orquestra Sinfônica do Paraná irão encerrar as atividades após bailarinos e músicos serem afastados. Mais artistas desempregados, mais protestos, mais, mais...

O Governo do Paraná afirmou que haverá um processo seletivo para contratar outros profissionais. E até que todo processo seja planejado, executado, levará um tempo, portanto todas as atividades tanto do balé quanto dos músicos estarão totalmente paradas.

Em 1991 foi o último ano que houve um processo seletivo, e conforme os anos se passaram, alguns profissionais foram se aposentando, e a contratação foi através dos cachês artísticos, que nós sabemos que não é uma fortuna. E em 2002 esta prática de contratação acabou sendo proibida e os profissionais passaram a ser comissionados. Bom, aonde eu quero chegar?

Não importa o meio de pagamento, contanto que ele seja efetuado pois a realidade do músico, do ator, do artista plástico, do cantor, etc é cruel, e muitas vezes injusto.

Artistas que já fizeram sucesso e felizmente, ou melhor infelizmente envelheceram, não são tão respeitados, ou mesmo procurados para shows, eventos, festas de casamentos, batizados, e p.... nenhuma, pois simplesmente envelheceram. Não são mais galãs, a voz as vezes não alcança a nota desejada, as mãos as vezes estão trêmulas, e as pinceladas não saem com muita leveza, e passam a ser um produto obsoleto para o mercado.

Um absurdo, fico revoltada e muito triste em saber das dificuldades dos artistas de todos os segmentos, descartados ou submetidos a preços irrisórios de shows, apresentações, ou mesmo vendas de obras de artes.

Sorte daqueles que cai no gosto do público, têm uma mídia forte para impulsionar e preservar sua carreira. Triste daqueles que caem no esquecimento. Sem falar nos artistas plásticos que muitas vezes tem sua obra valorizada somente após sua morte.

Mais uma vez escrevo alertando sobre a Cultura, implorando ajuda, um meio de patrocínio onde os dois lados fossem favorecidos, novas leis de incentivo, mas que fossem mais que um simples papel com dizeres bonitos e promessas não cumpridas. E que incluam os mais experientes, pois são nossos mestres, nossos exemplos, nossos ídolos. E um ídolo jamais envelhece.

E para nós a sua arte seja qual ela for, é e será eterna.

E encerro minha matéria com uma pergunta para reflexão.

E a Cultura, como vai?

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