Milton Blaser iniciou sua trajetória na Unicentro Belas Artes (Faculdade de Belas Artes). Em paralelo cursou propaganda na ESPM. Seu primeiro contato com a Casagaleria e Oficina de Arte Loly Demercian ocorreu em 2017.
Inicialmente, Milton produziu pinturas e desenhos com gestos enfatizando contornos e linhas, dando origem à série Seresbrasileiros seressurreais. As cores vibrantes de sua paleta são tão envolventes que geram uma peculiar sensação de volume e textura.
Dando continuidade ao seu processo criativo – mas agora tendo como foco os objetos do cotidiano – ele passou a experimentar tintas coloridas em vários suportes, criando autênticas metáforas que desafiam o espectador às mais variadas e inusitadas leituras visuais.
O artista alterou substancialmente a função do objeto trabalhado, demonstrando que entre coisas muito diferentes pode haver uma continuidade intensiva. É o que Deleuze denominava noção de agenciamento. Esse fenômeno pode ser identificado com muito vigor quando se observa que garrafas quebradas foram unidas como linhas abstratas e não-orgânicas, desconstruindo sua finalidade original. Considerando-se a impermanência de tudo, em um mundo em constante alteração, o apego representa a ilusão para deter a marcha dos acontecimentos. O surgimento da realidade, muitas vezes, adia um caminho mais feliz que nos espera.
O gesto de quebrar a garrafa dá indícios de uma arte efêmera, levando-a para cenários diferentes, com suportes transitórios.
Há, ainda, uma evidente constatação da intencionalidade do artista de ter uma linguagem de impermanência da criação, quando se direciona para as monotipias e outros suportes, tais como os pisos cerâmicos. As formas originais perdem sua função e dão concreção a novas e infinitas potencialidades de ritmos, planos e composições. O resultado de todo esse processo será agora apresentado numa exposição solo na CasaGaleria, dia 26 de abril a 01 de junho de 2019
Curadoria: Loly Demercian
Milton Blaser vive e trabalha em São Paulo. Graduado em artes plásticas pela Faculdade Belas Artes, participa atualmente do grupo de acompanhamento de projetos com Carla Chaim e Nino Cais no Hermes Artes Visuais e do Ateliê de Pintura com Ana Gentil.
Participou do grupo de estudos de produção de arte contemporânea com Paulo Miyada e Pedro França no Instituto Tomie Ohtake em 2017. Em 2016 participou da clínica de projetos do Ateliê 397 e fez acompanhamento de projetos com Teresa Viana e Regina Johas (2013/2015).
Milton Blaser trabalha com os processos das relações cromáticas, das abstrações e das formas geométricas, construindo e estabelecendo novas relações de cores, ritmos e planos.
Utiliza como suporte principalmente o papel, buscando a construção de novos planos imagéticos através da materialidade da pintura.
Milton Blaser incorporou recentemente em seu processo a colagem em papel utilizando spray e imagens fotográficas com aplicação de ecoline, estabelecendo assim novas relações pictóricas e resgatando memórias até então ocultas de seu círculo familiar.
Com a apropriação de novos materiais, Milton Blaser passou também a trabalhar com objetos do seu cotidiano coletados aleatoriamente mas que possibilitaram estabelecer novas relações pictóricas, ressignificando-os e criando um novo vínculo entre a sua vivência com esses objetos e a materialidade da pintura.
Exposições:
- Em 2016 fez sua individual no Zeffiro – SP.
- Em 2016 participou das coletivas: VI Salão Internacional SINAP/AIAP; 30º Salão de Artes Plásticas de Arceburgo – MG ;
- 34º Salão de Artes Plásticas de Rio Claro – SP e 78° Salão de Artes Plásticas de Araras –SP.
Prêmios:
- Premiado com medalha de ouro na categoria Pintura com o trabalho Monge no VI Salão Internacional SINAP/AIAP em 2016.
Cursos Realizados:
- O Desenho e outros Crimes do Desejo coordenado por Cadu
- Escola Entrópica – Instituto Tomie Ohtake – maio/junho 2017
- Grupo de estudo e produção de arte contemporânea coordenado por Paulo Miyada e Pedro França.
- Escola Entrópica – Instituto Tomie Ohtake – março/abril 2017