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Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil - Guia das Artes
Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil
Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil
inserido em 2023-01-16 20:28:53
Fundador da Galeria de Arte Paiva Frade em São Lourenço - MG ; Fundador da Galeria Ruptura em São Paulo - SP
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Inaugurada em 7 de setembro de 1922 e durando até o dia 24 de julho de 1923, foi a maior exposição internacional realizada até hoje em terras brasileiras e a primeira exposição mundial após a Grande Guerra, sendo a vitrine do progresso e um marco glorioso do prestígio nacional que difundiu valores e cultura.

A imprensa desde 1916 veiculava a necessidade do evento porém, é atribuído que só em junho de 1920, o investidor Ralph de Cobham sugeriu ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio a realização de uma exposição internacional para a comemoração do Centenário da Independência.

Após Paulo de Frontin, então senador, propor ao Congresso Nacional o financiamento do evento de 100 mil contos de réis, é assinado o Decreto nº 4.175, de 11 de novembro de 1920 que determinou a realização da Exposição do Centenário. A regulamentação oficial ocorreu em 24 de outubro de 1921 por meio do Decreto nº 15.066.

As obras da construção dos edifícios da exposição mobilizaram a população carioca e mudaram a paisagem com a demolição do Morro do Castelo, para dar lugar a um aterro, vários palácios e pavilhões das representações dos Estados Unidos, Argentina, México, Grã-Bretanha e Irlanda, França, Itália, Portugal, Dinamarca, Suécia, Tchecoslováquia, Bélgica, Noruega, Japão e Brasil.

Na inauguração da Exposição, além das paradas militares, aconteceu a primeira transmissão de rádio no Brasil com o discurso do presidente Epitácio Pessoa, e transmissão diretamente do Teatro Municipal, da ópera "O Guarani" de Carlos Gomes que por meio dos alto falantes da mostra, foram audíveis aos visitantes.

Ainda para as festividades, aconteceu a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, realizada pelos aviadores portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral com trajeto de Lisboa ao Rio. Também aconteceu a visita de membros da Família Imperial Brasileira ao País pela primeira vez após a proclamação da República. Conde d'Eu, faleceu durante a viagem de vinda.

O Brasil teve no total 6.013 expositores da indústria extrativa e fabril, lavoura, pecuária, pesca, transportes, telegráficos, postais, comércio, ciências e belas artes, chegando a marca de até 14 mil visitantes em um só dia, totalizando mais de 3 milhões de pessoas durante o evento.

Um exemplo dos pavilhões da época, vivo ainda hoje: o palácio da França que abriga a Academia Brasileira de Letras, outro é o Palácio das Indústrias, hoje o Museu Histórico Nacional. O pavilhão administrativo é hoje o Museu da Imagem e do Som, e no pavilhão de Estatística está o Centro Cultural da Saúde.

O Pavilhão de Festas, uma das construções mais belas e luxuosas da Exposição, foi decorado pelos pintores Rodolfo e Carlos Chambelland. Carlos ainda acumulou as Grande Medalha de Ouro e Pequena Medalha de Ouro da 23ª Exposição Geral de Belas Artes que aconteceu de 21 de setembro a 02 de dezembro de 1922.

Também receberam prêmios Importantes:

Leopoldo Gotuzzo (Grande Medalha de Ouro)
Pedro Bruno (Pequena Medalha de Ouro)
Eliseu Visconti (Medalha de Honra (ouro))
Oswaldo Teixeira (Grande Medalha de Prata)
Garcia Bento (Pequena Medalha de Prata)
Dakir Parreiras (Medalha de Bronze)
Armando Vianna (Medalha de Bronze)
Manoel Faria (Menção Honrosa de Primeiro Grau)
Jurandir dos Reis Paes Leme (Menção Honrosa de Primeiro Grau) e
Candido Portinari (Menção Honrosa)

A arte, a cultura e o conhecimento afugentavam a ignorância e, no Pavilhão da Música aconteciam os concertos e uma vasta programação musical.

Podemos afirmar ainda, que a Exposição do Centenário representa o fechamento de um rico ciclo, especialmente na arte do país. A Exposição eternizou ícones:
OCTÁVIO GUINLE, casado com Beatriz Llambi Campbell y Garcez, inauguraram o Copacabana Palace. Também foram inaugurados entre 1922 e 1923 o Palácio Tiradentes, o Palácio Pedro Ernesto, o prédio do Museu Histórico Nacional e a Academia Brasileira de Letras.

Até hoje, 100 anos depois, a Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil, é a única Exposição Universal já realizada na América do Sul e a maior Exposição do Brasil.

 

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