Carregando... aguarde
A arte e a composição de Di Cavalcanti- Guia das Artes
A arte e a composição de Di Cavalcanti
A arte e a composição de Di Cavalcanti
Segundo Einstein: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”
inserido em 2019-03-13 12:00:30
Fundador da Galeria de Arte Paiva Frade em São Lourenço - MG ; Fundador da Galeria Ruptura em São Paulo - SP
Veja outras colunas de Alexandre Paiva Frade
Conteúdo
 
Segundo Einstein: “A definição de insanidade é fazer a mesma coisa repetidamente e esperar resultados diferentes”, É necessário um toque de gênio – e muita coragem para ir na direção oposta.”, e ainda “Tudo é energia e isso é tudo o que há.” Se assim é, tudo se faz de pulso e contra pulso, de zero e um, ou positivo e negativo. Essa energia, faz o mundo, faz os softwares funcionarem e fazem a vida pulsar em nosso coração que contrai e retrai!

Me parece que, se não fosse o incerto, o inconseqüente, o irresponsável, o inconformado certamente estaríamos na idade das pedras! Aquele que não está disposto a arriscar, está disposto a uma vida comum. Imagine se O império Romano, Napoleão Bonaparte, Alexandre o Grande, Moises, Jesus “não quisessem confusão”, buscassem apenas estabilidade e equilíbrio, o que seria o mundo hoje?

Imagine se todos fossemos mornos e equilibrados o quão chata seria a arte, a ciência, a filosofia e os esportes! Pra quê as Olimpíadas? Porquê do pensamento grego? Porquê da busca cientifica, que em grande parte se desenvolveu no campo bélico e na busca natural de superioridade do homem? Porquê da Arte que sempre propõe e se torna ícone registrando o tempo e o pensamento do homem e sua busca pelo desconhecido?

Pois é, o que seria de Emiliano, se não se transformasse em Di Cavalcanti? O que seria, ainda hoje, da mulata brasileira sem suas retratações? A mulata, de certa forma desprezada, por meio da arte de Di, se fez presente em quase todas as paredes aristocráticas que a desprezavam ou não, como pessoa. Era o antagonismo da arte, do belo, do provocativo e do pensamento contraditório em uma mesma parede.

O boêmio e sarcástico Emiliano, que freqüentava a Lapa e os rendez-vous de Paris, faz-se o primeiro legitimo embaixador das mulatas, das prostitutas, junto a aristocracia da época. Sua obra se torna um manifesto anti-racista e que desperta a percepção de beleza para essa miscigena raça designada por uma controversa palavra: “mulata”.

A mulata nunca mais foi vista da mesma forma, após ser retratada por Di Cavalcanti.

Mas Di Cavalcanti, famoso por suas mulatas, pintou temáticas outras e criou em sua técnica, dentro do espírito do momento, a volumetria. Suas figuras em “Naturezas Mortas”, favelas, alagados, casarios, samba, carnaval, e até sacras, dotadas de um fantástico volume, primorosa composição e cores tropicais são um compendio do rico momento artístico brasileiro. Momento esse que afirmava o samba, e a Bossa Nova como identidade nacional.

Como ver uma obra de Di Cavalcanti e não acreditar no poder do incerto, do inconseqüente, do irresponsável, do inconformado na criação de uma nova estética? Ou seja Di Cavalcanti é o criador de uma estética e temática, nunca antes retratada no mundo, Di Cavalcanti é único e, como na frase de Einsten, com “um toque de gênio – e muita coragem para ir na direção oposta”. Assim transformou-se num ícone da arte brasileira.
Compartilhe
Comente