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A Obra de Cícero Dias que causou escândalo nos anos 1930- Guia das Artes
A Obra de Cícero Dias que causou escândalo nos anos 1930
A Obra de Cícero Dias que causou escândalo nos anos 1930
inserido em 2021-09-28 16:50:33
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Na sua autobiografia entitulada  “Eu vi o mundo”, lançada pela Cosac Naify em 2011, Cícero escreveu: 

“O que vivia dentro de mim era o sonho. Contradições que a natureza criava: o invisível e o visível”. 

A obra “Eu vi o mundo…ele começava no Recife”, foi um marco para a história do modernismo no Brasil. Causou polêmica, protesto e deixou ninguém menos que Mário de Andrade boquiaberto. 

Leiam um pequeno trecho, de uma carta que ele escreveu para Tarsila do Amaral em 28 de agosto de 1931: 

“Aqui, grande bulha por causa do Salão em que o Lúcio Costa permitiu a entrada de todos os modernos, e o Cícero Dias apresenta um painel de quarenta e quatro metros de comprimento com uma porção de imoralidades dentro. Os MESTRES estão furibundos, o escândalo vai grosso, ouvi contar que o edifício da Escola de Belas Artes rachou...

…….o choque foi tanto que vândalos invadiram a mostra e cortaram parte do lado esquerdo da pintura (no trecho das mulheres nuas). “

A história da obra, e sua criação resumidamente poderia ser descrita assim:

“Eu vi o mundo... ele começava no Recife” levou três anos para ser concluída , foi feita em uma casa da rua Aprazível, em Santa Teresa, onde o artista Cícero Dias viveu e trabalhou desde sua chegada ao Rio. De 1926 a 1929, o ele se dedicou a está pintura que, mais tarde, seria aclamada como a obra-prima de sua trajetória e uma das mais importantes da história da arte do país. A obra foi feita em guache e aquarela sobre papel de embrulho de cor ocre. Décadas depois, no anos 1990, foi colada sobre uma tela. Dessa forma, poderia resistir melhor à passagem do tempo. 

Em 1931, quando foi exibida ao público , ela causou escândalo: com mulheres nuas, era ousada demais para aquele tempo, e  por isso, acreditem , mandaram cortar-lhe uma parte. Ficou três metros menor, ainda assim, ficou com 12 metros de comprimento por 2 de altura. Depois do furor de sua estreia, somente décadas depois, nos anos 60,  retornou para a luz, viajando até São Paulo, onde foi o ícone da oitava Bienal, no ano de 1965.

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