A exposição narra a trajetória dessa incrível cantora que quebrou os padrões da tradição e incorporou o improviso nas cirandas. Bora saber tudo?
Mestra da cultura popular, a cirandeira pernambucana Lia de Itamaracá rompeu com a tradição ao incorporar o improviso à interpretação de cirandas, frevos e maracatus. E, hoje, aos 78 anos, ela é uma das responsáveis por manter vivo esse gênero considerado patrimônio imaterial brasileiro e por levá-lo a vários cantos do mundo.
Você vai conhecer um pouco melhor sobre a trajetória dessa lenda viva na 55ª Ocupação do Itaú Cultural, que pode ser conferida entre os dias 20 de abril e 11 de julho. A visitação acontece de terça a sábado, das 11h às 20h, e aos domingos e feriados, das 11h às 19h. E o melhor: a entrada é gratuita!
Com curadoria compartilhada entre a cantora Alessandra Leão, a jornalista Michelle de Assumpção e a equipe da instituição, a mostra passa por diversos momentos e aspectos da história de Lia de Itamaracá, a partir de três eixos: “Sal”, “Som e “Sol”.
O primeiro desses espaços, “Sal”, revela as origens da cirandeira até o início da carreira nos palcos. Ela nasceu na Ilha de Itamaracá, em Pernambuco, em 1944, e seu nome de batismo é Maria Madalena Correia do Nascimento.
Você vai conferir fotografias, documentos, vídeos, telas e até itens de decoração da casa onde a artista cresceu. Entre essas peças, está o certificado de que ela é descendente do povo Djoula, da Guiné-Bissau.
A riquíssima musicalidade de Lia de Itamaracá é o foco do eixo “Som”, que aborda episódios marcantes na carreira da cirandeira, como o lançamento de seu primeiro disco, intitulado Rainha da Ciranda (1977), ou quando ela cantou no meio de roqueiros no festival Abril Pro Rock, em 1998.
Outro desses marcos é o lançamento de seu quarto disco, “Ciranda Sem Fim” (2019), produzido pela DJ Dolores e eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros daquele semestre pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte). O trabalho mostra como a ciranda ganha novo respiro ao ser misturada às sonoridades contemporâneas, sem perder sua origem.
Já o eixo “Sol” passa por vários elementos no trabalho da artista e as conquistas dela em outras áreas da cultura, como o cinema e a moda. Entre essas referências estão a homenagem feita para ela pelo bloco carnavalesco Ilú Obá de Min em 2020; a participação em vários filmes, como “Bacurau” (2019), de Kleber Mendonça Filho; a presença na SP Fashion Week em 2021; e associação a movimentos sociais.
E, para curtir toda a musicalidade de Lia de Itamaracá, você pode acessar, por meio de QR Codes no espaço expositivo da Ocupação, duas playlists fantásticas criadas pela cantora e curadora Alessandra Leão, intituladas “Ela é Lia de Itamaracá” e “Vamos Cirandar” (com músicas de vários cirandeiros brasileiros).
Shows grátis
Além da exposição, a Ocupação conta um hotsite com conteúdo exclusivo e uma série de shows gratuitos da própria cirandeira no Itaú Cutural. Entre os dias 21 e 24 de abril (na quinta e no domingo, às 19h, e na sexta e no sábado, às 20h), Lia de Itamaracá sobre ao palco ao lado da cantora Daúde para interpretar as canções do disco “Ciranda de Ritmos”. Reserve seu ingresso aqui.
E, entre os dias 28 de abril e 1º de maio, ela e a DJ Dolores apresentam as canções de “Ciranda Sem Fim” ao lado de Alessandra Leão (nos dias 28 e 29 de abril, às 20h), Edgar (no dia 30, às 20h) e Iara Rennó (no dia 1º, às 19h). Garanta seus ingressos aqui.
Todas as apresentações ainda contam com com a participação do MC Roger de Renor. E os shows das sextas-feiras, dias 22 e 29 de abril, serão transmitidos ao vivo aqui no canal do Itaú Cultural no YouTube.