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Ori Tupinamba-2023-06-06 - Guia das Artes
"Orí Tupinambá"
Evento encerrado
"Orí Tupinambá"
Quando aconteceu
Terça, 06 Junho até Domingo, 18 Junho
Local
CAIXA Cultural Salvador
Rua Carlos Gomes, 57 - Centro
Conteúdo

 

A exposição, com acervo de mais de 20 obras, tem visitação gratuita até 18/06, na CAIXA Cultural Salvador. 

 

Em cartaz há um mês, a exposição "Orí Tupinambá", do artista José Ignacio, reúne esculturas em madeira, ferro e pedras, além de pinturas que são frutos de uma pesquisa pessoal sobre os povos originários deste continente. O acervo fica exposto na CAIXA Cultural Salvador até o dia 18/06, de terça a domingo, das 9h às 17h30. A entrada é gratuita. "Este trabalho dá continuidade ao meu entendimento de que a arte deve ser colocada, sempre que possível, a serviço da cultura; da nossa compreensão a respeito do mundo  material e espiritual que habitamos; da análise de nossa ocupação no planeta e de nossos espaços no ecossistema que nos suporta", conta o escultor que, apesar de usar os tupinambás como referência, não teve o objetivo de representar os povos originários com suas obras, mas sim criaturas divinas em geral.

 

Depois de quatro anos da sua última exposição ("Dentro do Mato, na Borda do Mar"/ 2019), Ignácio apresenta o resultado de um processo criativo dinâmico, orgânico e interativo. A exposição Orí Tupinambá tem curadoria de Ticiana Lamego, arquiteta, pesquisadora de arte e parceira do artista, com quem trabalha há mais de 20 anos. O acervo reúne 26 obras, sendo 11 esculturas e 15 pinturas de acrílica sobre tela. Cada peça e cada quadro representa uma entidade. A ideia é que o público possa construir sentido junto ao artista, através de uma fruição que inicia com um ponto de partida, que é a cabeça, o orí. A partir daí, cada um deve construir a imagem das divindades com as suas próprias referências. "As peças são um conjunto. Um Panteon imaginário. Neste momento elas não podem existir ou fazer sentido individualmente. Elas, como conjunto, representam uma versão imaginária de um agrupamento divino pertencente aos homens e mulheres que ocuparam este continente durante milhares de anos", explica José Ignacio. 

 

Sobre Orí Tupinambá: A palavra ORÍ pertence à língua yorubá e expressa de forma metafísica e elegante os significados poéticos da cabeça, de uma cabeça, de cabeças em geral, relativa ao corpo que a suporta e ao contexto com o qual os dois se relacionam. Já o nome TUPINAMBÁ é uma forma de pontuar geograficamente aqueles que aqui estavam no Brasil antes da colonização, os povos originários. "A exposição retrata um mundo que se entende e pensa perdido, um mundo que destruímos. Mas um mundo que, apesar de tudo isso, sobrevive de alguma forma dentro da gente, na base da nossa cultura, na base do que é ser brasileiro, ser baiano, ser latino-americano", afirma o artista que se debruçou sobre uma pesquisa para tentar entender como dar forma a essas esculturas. José Ignácio compreende seu trabalho como instrumento de construção de pontes entre o presente e o passado. "O conhecimento e engenho da ocupação do nosso continente durante quase dez mil anos por índios de uma etnia profícua, sonhadora e empreendedora não se pode destruir. De ser assim, pode então ser (ao menos) resgatado", conclui.  

 

Sobre o artista: Filho de pais cubanos, José Ignacio Suarez Solis chegou ao Rio de Janeiro ainda durante a infância,  instalando-se na Bahia a partir de 1974. Entre 1987 e 1993 estudou nos Estados Unidos, inicialmente  em Nova York e em seguida na costa oeste, onde se graduou Bacharel em Arquitetura pela University  of Oregon. Em Copenhague (1990) teve contato com o desenho e a aquarela, começando a produzir  journals de croquis. Participou da sua primeira exposição ainda no Oregon, em 1992. Seu primeiro  projeto arquitetônico (1991) foi a residência dos pais, na escarpa da Baía de Todos os Santos. Em  1994, o artista instalou-se numa fazenda de café na Chapada Diamantina onde desenvolveu a prática  do desenho e da pintura com maior regularidade.

 

Frequentador do atelier de Carybé, foi influenciado  pela prática escultórica envolvendo o uso de ferro batido. Como arquiteto, José Ignacio foi gerente de  projetos no setor hoteleiro, realizando diversos trânsitos por toda América Latina - o que lhe permitiu  o aprimoramento de sua pesquisa e uma maior circulação de sua obra, integrando coleções particulares espalhadas pelos lugares em que habitou. Em 2004 fez residência artística em Helsinki,  Finlândia, ressignificando o uso de sua paleta. Reinstalado em Salvador desde de 2018, o artista carrega inquietações intelectuais que o conduzem entre o afeto pela geografia continental e a nostalgia de um destino. Suas investigações sobre o imaginário mitológico das matrizes indígenas se  traduzem poeticamente em divindades pintadas em tela ou esculpidas em madeira, pedra e ferro.  

 

SERVIÇO:

CAIXA Cultural APRESENTA:

Exposição "Orí Tupinambá", por José Ignácio

Visitação: até 18/06, de terça a domingo, das 9h às 17h30

Local: CAIXA Cultural Salvador (Rua Carlos Gomes, 57 - Centro, Salvador)

ENTRADA GRATUITA

 

Foto capa: José Ignacio por Lígia Rizério

* Os horários podem variar em função de férias e feriados. Recomendamos ligar antes para verificar.
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