O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugura a coletiva ‘Terra em tempos: fotografias do Brasil’, que será inaugurada no dia 26 de março, com cerca de 240 fotografias produzidas de 1860 até os dias de hoje. A curadoria de Beatriz Lemos estabelece sete eixos temáticos que discutem as construções de identidade, cultura e história do Brasil, a partir do acervo da instituição. A exposição inclui uma obra comissionada da artista visual fluminense Aline Motta e uma remontagem de sua instalação Filha natural.
Como pensar o processo de formação de uma identidade nacional? Que elementos compõem um retrato do Brasil? Que mitos e alegorias fundam esta construção e suas múltiplas dimensões identitárias? Quais marcos contemporâneos indicam essa brasilidade? Em camadas de interpretação sobrepostas, Terra em tempos se dedica a pensar criticamente a ideia de nação a partir do recorte das coleções do MAM Rio, e a revelar o conjunto de sintomas que nos constitui.
Para Beatriz Lemos, a fotografia carrega em si o poder de eleger cortes de instantes que convocam nossa atenção: “Enquanto código sensorial, cada fotografia nos desafia a encarar as presenças dentro de um mesmo fragmento e, paralelamente, a decifrar ausências. Voltar-se para o que é aparente nas imagens pode denunciar os silêncios e as faltas que as circunscrevem”, afirma a curadora. “Por meio de obras em diferentes suportes, técnicas e temporalidades, Terra em tempos abre a paisagem e provoca a interrogação das cenas em busca de chaves de leitura para o presente”.
Elza Lima. Sem título, Sem data – foto Jaime Acioli
Considerando as relações entre a história do Brasil e a imagem fotográfica, foram selecionados trabalhos de Alair Gomes, Claudia Andujar, Cristiano Mascaro, Duda Bentes, E?lle de Bernardini, Evandro Teixeira, Geraldo de Barros, Iole de Freitas, Joaquim Paiva, Luiza Baldan, Marc Ferrez, Marcel Gautherot, Mario Cravo Neto, Maureen Bisilliat, Miguel Rio Branco, Pierre Verger, Sebastião Salgado, Simone Rodrigues e Walter Firmo, entre outros nomes.
Três obras de Aline Motta criam diferentes dinâmicas espaciais na sala expositiva e propõem outras leituras de episódios apagados pela história. Em sua pesquisa, a artista visual questiona o processo de construção da memória de pessoas racializadas e, por meio de vestígios documentais de sua própria família, mapeia narrativas ancestrais que permeiam as relações entre a diáspora africana e as consequências sociais herdadas do longo período de escravidão no Brasil.
Evandro Teixeira. Passeata dos 100 mil, Rio, 1968
Sem obedecer a uma cronologia linear, os conjuntos fotográficos são apresentados em sete núcleos conceituais: estrutura, poder e natureza; corpo e sujeito; família, afeto e moradia; trabalho e produção; tecnologia, fotografia e acesso; usos do espaço público e festividades; espiritualidade e mistério.
“Em um ano caracterizado pelas efemérides históricas, Terra em tempos: fotografias do Brasil apresenta um território nacional erguido com cenas que se justapõem e se sucedem, construindo narrativas que oferecem leituras e interpretações das imagens”, conclui Beatriz Lemos.
Parte das obras são acompanhadas de audiodescrição para pessoas cegas e com baixa visão, ou que desejam aprofundar suas experiências com o acervo do MAM Rio. Todos os textos da mostra são disponibilizados em versão digital, para acesso via celular e leitores de tela, e a equipe do museu está orientada a informar o público sobre as audiodescrições.
Luiza Baldan. Sem título, série Natal no Minhocão, 2009
Sobre o MAM Rio
A partir do tripé arte-cultura-educação, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro trabalha com a preservação, desenvolvimento e compartilhamento de práticas de criação e pensamento. O MAM Rio tem atualmente como patrocinadores estratégicos o Instituto Cultural Vale, a Ternium e a Petrobras através da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
O museu promove a criação artística e cultural como processos de formação de indivíduos e coletivos. Desde a sua fundação em 1948, atua como um importante agente, contribuindo com a movimentação social dos territórios da cidade por meio da cultura.
O acervo de cerca de 16 mil obras é uma das mais relevantes coleções de arte moderna e contemporânea da América Latina. O MAM Rio realizou exposições que marcam as expressões e linguagens das artes visuais até os dias de hoje, tendo abrigado desde sua criação importantes cenas artísticas brasileiras, como o Cinema Novo e o neoconcretismo.
O MAM Rio também conta com patrocínio da B3, Eletrobras Furnas, Livelo, Mattos Filho, BMA, Itaú, Taesa, Unipar, BTG Pactual, Gávea Investimentos, UBS, Wilson Sons, Aliansce Sonae, Becks, Credit Suisse, Icatu, MRS Logística S.A., Sherwin Williams, Verde Asset Management e Vinci Partners através da Lei Federal de Incentivo à Cultura; Enel e Vivo através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – Lei do ICMS; Deloitte, XP Private, Adam Capital, Concremat, Globo e Multiterminais através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura – Lei do ISS RJ; Gafisa, Fundo Hees de Filantropia e Samambaia Filantropias.
Rogério Reis. Bailarina em Copacabana, 1994
SERVIÇO:
Terra em tempos: fotografias do Brasil
Abertura: 26 de março de 2022
Encerramento: 17 de julho de 2022
MAM Rio
End: av. Infante Dom Henrique, 85
Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro
Tel: (21) 3883-5600
https://www.mam.rio/
Instagram: @mam.rio
Horários:
Quintas e sextas, das 13h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h
Ingressos:
Contribuição sugerida, com opção de acesso gratuito
Valores sugeridos:
Adultos: R$ 20
Crianças, estudantes e +60: R$ 10
Ingressos on-line: www.mam.rio/ingressos
AVISO: Conforme o Decreto Municipal nº 49.335, é obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19 para entrada no MAM Rio.
Fonte: CrioArt
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