Desde 1920, com a inauguração da Penitenciária do Estado - PE, a “ressocialização pelo trabalho” indicava o desenvolvimento de capacidades e habilidades do preso. Acreditava-se que o trabalho de marcenaria, alfaiataria, desenho, entre outros, produzia a profissionalização. Para atingir esse fim, diversos cursos eram ministrados.O intuito dessa instituição era o da ressocialização. Ressocializar é uma ação que procura propiciar a modificação de um indivíduo, que antes vivia em sociedade e foi retirado desta como forma punitiva por alguma atitude antissocial (crime). Contudo, o mesmo indivíduo, após ser submetido à ressocialização, deve retornar ao convívio social. Além de aprender a ler e a escrever, o preso tinha aulas de cursos técnicos, de desenho e de pintura.O envolvimento do preso com a arte era considerado um importante instrumento para alcançar a ressocialização. Há questões e situações que são inerentes à arte e que podem ser problematizadas, como o respeito mútuo, a justiça, o diálogo, a solidariedade humana. Partindo disso, presumia-se a possibilidade de transformação por meio da educação, da arte e do trabalho.Com isso foram criados inúmeros quadros que hoje fazem grande parte do acervo do Museu Penitenciário Paulista. A partir desse acervo foi possível constituir o Museu Penitenciário, sendo sua constituição legal datada de 11 de dezembro de 1939.A concepção do Museu Penitenciário Paulista – MPP, teve início com a criação do Serviço de Biotipologia Criminal, pelo Decreto n° 10.773, de 11 de dezembro de 1939. No referido decreto uma das competências do Serviço de Biotipologia era a de organizar o Museu Penitenciário.O Museu continuou como um anexo dos cursos de desenho até a década de 60. Em 9 de setembro de 1963 com o Decreto n° 42.446, é aprovado o regulamento do antigo Departamento dos Institutos Penais do Estado – DIPE. A partir disso, o Museu é reorganizado. Em 1965, foi constituída uma comissão para a organização do museu tornando seu escopo mais amplo.Essa comissão preocupou-se, principalmente, em guardar, conservar e resgatar a história, para criar um espaço de memória penitenciária do Estado, a qual era considerada “exemplar”. Desde então, foi iniciada a pesquisa por material, com a solicitação de obras, documentos e objetos de valor histórico. Ao longo dos anos, foram coletados objetos, documentos e relatos históricos, considerados relevantes para serem resguardados.Em 31 de janeiro de 1967, o Prof. Coriolano Silveira da Motta lança o Plano de Trabalho do Museu, com o intuito de “reunir o acervo histórico penal penitenciário e de possibilitar aos estudiosos e interessados pela ciência penitenciária, meios para pesquisa jurídica e técnica, na área penal, penitenciária e criminológica, comparativamente à vigência da legislação penal de várias épocas (1852-1966) e à evolução do sistema penitenciário paulista”.Outra finalidade do Museu era o de produzir estudos comparativos por meio de estatísticas. A inauguração dos frutos dos trabalhos que ampliaram a finalidade do museu ocorreu em 25 de maio de 1968, sendo seu endereço o salão nobre da Penitenciária do Estado.Nos anos 70 foi fechada a área expositiva do Museu Penitenciário.Com o ocorrido, algumas peças do acervo foram distribuídas como material de decoração para as unidades prisionais, já outras foram recolhidas aos porões da Penitenciária do Estado.Apenas no início da década de 90, com a criação da Secretaria da Administração Penitenciária, o Museu foi reorganizado e parte de seu acervo resgatado.Em 3 de Março de 2009 o Secretario da Secretaria da Administração Penitenciária decreta a construção de um grupo de trabalho para a reorganização do Museu Penitenciário Paulista.A intenção do Museu Penitenciário Paulista é o de produzir informações e conhecimento sobre a ciência jurídica penal e sua execução, observada na própria história do Sistema Penitenciário Paulista, assim como abordar suas características, desenvolvimento e evolução.Sua missão é ser um espaço aberto ao público em geral, capaz de propiciar a reflexão sobre a história penitenciária e a pena.