Com curadoria da historiadora da arte Elisa Byington e da designer Antonia Ratto, filha do artista, a mostra exibe fotos, esboços, croquis finais, maquetes, objetos e recortes de jornal, todos pendurados por cordas, como se fizessem parte do cenário de uma peça.
O público também pode conhecer mais sobre o trabalho de Ratto a partir de recursos multimídia, como projeções de vídeo, maquetes virtuais e instalações sonoras. Toda a exposição está disposta em uma grande caixa cênica. Os visitantes devem entrar nesse ambiente e explorar o que há por trás de cada cortina.
A ideia é apresentar toda a trajetória desse pensador da cena, desde a vida na Itália, onde contribuiu para a renovação das artes dramáticas depois da Segunda Guerra Mundial, até o estabelecimento no Brasil, onde foi fundamental para a criação do teatro moderno.
As peças da exposição pertencem aos acervos do Instituto Gianni Ratto, Funarte, Teatros Piccolo, Scala de Milão, Maggio Musicale Fiorentino e dell’Opera de Roma.
Filho da pianista Maria Ratto, Gianni nasceu em Milão, em 1916. Aos 16 anos, ele se tornou aprendiz do arquiteto Mario Labò e, três anos depois, foi admitido no Centro Sperimentale di Cinematografia, em Roma. Ainda na Itália, fundou o Piccolo Teatro, ao lado de Paolo Grassi.
Ratto chegou ao Brasil em 1954, quando dirigiu “O Canto da Cotovia”, de Jean Anouilh. Ele trabalhou com Fernanda Montenegro em “A Moratória”, de Jorge Andrade, e também no Teatro Brasileiro de Comédia. Junto com Fernando Torres, Ítalo Rossi e Sergio Britto, fundou a companhia Teatro dos Sete, em 1959.
O homenageado também trabalhou em outras grandes peças, como “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar; “Gota D´Água”, de Chico Buarque; e “A Queda da Casa de Usher”, de Philip Glass. Faleceu no dia 30 de dezembro de 2005, em São Paulo, aos 89 anos de idade.