O preto, branco e cinza roubam a cena em composições mínimas que dialogam sempre com o vazio e os limites do suporte. Nas telas, João deixa impreterivelmente os vestígios de suas pinceladas, tentando sempre situar-se num momento anterior, no como esse objeto pode constituir-se em pintura
"Diante das obras apresentadas por João Magalhães, o nosso pensamento sai em busca das questões suscitadas pelo artista. O que é pintura? O que pode ser pintura?” propõe Isabel Sanson Portella, curadora.
Para João Magalhães, a visualidade final não é o resultado da procura da melhor forma, mas sim apenas um meio para responder a solicitações e propor questões cuja execução tende a ser imediata e, sempre que possível, algo displicente. O seu interesse é pelo acaso, pelo fortuito. Nas palavras do artista, “mais do que a investigação das possibilidades que um determinado pensamento sobre pintura poderia gerar, a imagem constituída é produto da curiosidade, da experimentação, da necessidade de me surpreender. Gostaria que minha pintura se desse como uma tentativa de atravessar a linguagem, de não ter linguagem”.