A Caixa Cultural inaugura no dia 24 de outubro, às 19h, a exposição Henri Matisse – Jazz, com curadoria de Anna Paola Baptista. Serão apresentadas as 20 pranchas do álbum Jazz, obra síntese da segunda parte da carreira do pintor, desenhista e escultor Henri Matisse nos anos 1940. A partir deste periodo passou a dedicar-se exclusivamente a técnica dos papiers découpés (cut outs), os desenhos com tesoura, nos quais criava diretamente nos papéis coloridos com guache. O projeto tem patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Governo Federal. Na noite de inauguração acontecerá uma visita guiada com a curadora.
O albúm Jazz foi impresso a partir dos originais recortados, com supervisão do próprio Matisse. As imagens variam da abstração a figuras de grande vivacidade que abordam assuntos ligados ao circo, contos populares e viagens, com ritmo e improvisação identificáveis aos sons de uma orquestra de jazz. O processo de edição do álbum foi iniciado em 1942 e o artista levou cinco anos para conclui-lo. Jazz foi lançado simultaneamente em Paris e no Rio de Janeiro em 1947. O exemplar exibido é o de número 196 e integra ao acervo dos Museus Castro Maya.
De acordo com o crítico de arte Paulo Herkenhoff, o belíssimo conjunto de desenhos feitos com tesoura se destaca como “o mais belo livro de arte do século XX”. A técnica foi desenvolvida por Matisse no início da década de 1940, quando, obrigado a passar longos períodos na cama e na cadeira de rodas em recuperação de uma delicada cirurgia. O artista combinou desenho e pintura em colagens. Matisse já havia utilizado os chamados papiers collés para o estudo da obra La danse (1909), mas foi a cumplicidade do editor e crítico Tériade que o incentivou a realizar um álbum só com papéis recortados, trabalho que mais tarde foi considerado como uma de suas obras mais importantes.
Após temporadas de sucesso em Salvador, Brasília, Recife e Fortaleza, é a vez do Rio de Janeiro receber a aguardada exposição Henri Matisse – Jazz que seguirá em cartaz na cidade até 22 de dezembro de 2017.