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CORDA BAMBA-2021-12-04 - Guia das Artes
CORDA BAMBA
Evento encerrado
CORDA BAMBA
Quando aconteceu
Sábado, 04 Dezembro até Sábado, 04 Dezembro
Local
GALERIA POP UP
Estrada da Barra Da Tijuca, 1636 – Espaço Itanhangá
Conteúdo

 

CORDA BAMBA: Natália Lage abre exposição individual de pinturas no Rio de Janeiro, no próximo sábado, 4 de dezembro

Depois de realizar uma exposição em Búzios, em outubro deste ano, Natália Lage abre nesta semana sua primeira individual no Rio. A artista vai apresentar no dia 4 de dezembro (sábado) cerca de 20 obras na galeria pop up montada especialmente para a exposição no Espaço Itanhangá, na Barra.

São pinturas datadas dos dois últimos anos, quando, depois de seis anos trabalhando em colagens, Natália ela se debruçou sobre a produção, com técnica mista, em tinta acrílica, carvão, spray, bastão a óleo sobre tela, linho ou cânhamo. O resultado são pinturas abstratas em formatos de 90 x 60 a 180 x 200.

Além das pinturas, o público poderá ver algumas de suas colagens e uma videoinstalação, em parceria com o fotógrafo Ernesto Baldan.

“O título da exposição diz respeito ao salto que estou dando nesse novo espaço, ao improviso, risco, liberdade e instabilidade que as obras representam. Não é uma exposição conceitualista”, diz a artista, que já retomou os trabalhos como atriz na televisão (vai entrar na recém-estreada novela Um Lugar ao Sol no papel da médica Gabriela, que fará par romântico com a personagem de Mariana Lima) e no cinema (filmou no Uruguai o longa La Situación, de Thomás Portela, e está em set este mês rodando o drama familiar Domingo à Noite, do diretor Andre Bushatsky, no qual contracena com Marieta Severo).

“O que disse Vincent Van Gogh certa vez, que me libertou, era algo mais ou menos assim: “Se escutar uma voz dizendo 'Você não é um pintor’, então pinte sem parar, de todos os modos possíveis, e aquela voz será silenciada.” O exercício da pintura livre, abstrata, me proporcionou entrar em contato com uma dimensão da minha personalidade que precisava ser tocada; a saber: o medo do desconhecido.

Minha formação é de atriz, profissão que exerço desde criança e que se confunde com a minha própria existência. Mas meu lugar preferido em todas as viagens que já fiz, sempre foram os museus, sobretudo os de arte contemporânea. A liberdade que percebo na arte abstrata, me remete a uma generosidade que acredito ser o principio de todo fazer artístico, no sentido de dar espaço para o olhar do observador.

Me aproximei das artes visuais pela primeira vez quando comecei a investigar a linguagem da colagem, logo que descobri o trabalho de Hannah Hoch em uma viagem a Alemanha. Sempre me pareceu que a colagem era um exercício de dramaturgia desmontada, desconstruída, onde cabia (dentro da obra mesmo) esse olhar que vê.

A colagem sempre me pareceu ser uma plataforma que em si, já era linguagem. O ato de agrupar imagens muitas vezes desconexas, rasgar o papel, sobrepor camadas, juntar materiais distintos e sobretudo a falta de rigor estético, já pareciam carregar em si, símbolos muito expressivos. Por isso, me parecia irresistível pensar narrativas, cenas, ideias, dentro dessa lógica.

Daí para a pintura foi um pulo. E um risco. E nesse pulo, me apareceu o desejo de abolir as figuras que (ainda que desconstruídas, na colagem) eram muito presentes. Além de uma preferência estética pelo expressionismo abstrato, me desafiava tentar falar sem imagens figurativas, trazer no gesto livre, uma emoção.

De tudo que me atrai na pintura, Kandinsky foi minha primeira paixão, quando vi seus quadros e o ouvi dizer: “Pintar é um estrondoso choque de mundos opostos predestinados a criar juntos, na luta e partir dela, um novo mundo que se chama obra”. Um estrondo.

Depois vieram outros: Mark Rothko, Jackson Pollock, Clyfford Still, Cy Twombly, Jean Michel Basquiat, Robert Motherwell, Franz Kline, Joan Mitchell, Helen Frankenthaler, e tantos outros que poderia encher essa pagina citando-os.

Me arrisquei então a me aproximar dessas figuras que se comunicavam de um jeito que fazia todo sentido pra mim.

Desde então o que busco nas minhas obras é esse apelo sensorial concentrado na emoção que tem ali, na escolha das cores, na ingenuidade e liberdade de fazer o que se quer numa tela, nos vazios, riscos, sujeiras, traços infantis.. enfim, acredito que esse encontro com a pintura é uma espécie de resgate de um estado livre do pensar.

E se vejo o meu trabalho de atriz como uma extensão daquilo que sou, assim também é na minha pintura. Contando com a minha intuição, meu conhecimento e gosto, busco traduzir na tela, minha impressão sobre estar nesse mundo. E se como atriz, me interessa mais a emoção verdadeira que a bela lágrima fabricada pela técnica; entender onde e quando a vilã é boa ou a mocinha cai; na pintura também, me preocupo menos com a precisão do gesto ou a harmonia e limpeza das formas do que com as milhares de fissuras e deformidades que o acaso traz à obra. Mais do que não me preocupar, busco esse risco, esse erro, pois acredito que ele é inerente à vida e dependendo de como olharmos, pode até ser considerado belo.” – Natália Lage

SOBRE A ARTISTA


Natália Lage tem formação em Ciências Sociais e uma trajetória de mais de trinta anos de trabalho como atriz.

Estudou arte contemporânea em workshops e laboratórios com Nino Cais, Pinky Wainer e Charles Watson e atualmente faz parte da oficina "Antiformas de Intervenção", na EAV Parque Lage, orientada por David Cury.

Participou da mostra "Musica na Varanda" (Laura Alvim, 2015) com a série de colagens "Como Montar uma Pessoa” com trabalhos de pequeno porte e também em escala pública - lambe-lambe.

Ainda com seu trabalho de colagens, participou de duas mostras coletivas organizadas pela Ava Galleria, (Helsinki, Finlândia, 2014) e AVA Art Festival (Osaka, Japão, 2014).

De linhagem neoexpressionista, seu trabalho de pintura se dá em telas de médio e grandes formatos em tinta acrílica, bastão a óleo, colagem, spray e carvão.

Em sua extensa trajetória como atriz participou de diversas novelas e filmes e mais recentemente protagonizou a série “Hard" na HBO.Realizou a mostra individual In-Permanência (Galeria N1, Búzios, outubro 2021).Corda Bamba (Galeria Pop-Up, 2021) é sua segunda mostra individual. Nascida em Niterói, vive e trabalha no Rio de Janeiro.

 

SERVIÇO – EXPOSIÇÃO ARTES VISUAIS
CORDA BAMBA – por Natália Lage
Dia 4 de dezembro, das 14h às 19h
GALERIA POP UP
Estrada da Barra Da Tijuca, 1636 – Espaço Itanhangá

* Os horários podem variar em função de férias e feriados. Recomendamos ligar antes para verificar.
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