Di Cavalcanti foi um dos primeiros pintores a abordar temas da cultura brasileira e os temas sociais como o samba, os operários e as festas populares. Já Tarsila do Amaral foi uma das mais importantes pintoras brasileiras do movimento modernista. Alfredo Volpi foi considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Com ideais calcados na democracia e na difusão da cultura, Geraldo de Barros foi um dos pioneiros do design brasileiro.
O que todos os artistas citados acima têm em comum? Além de ser quatro dos mais importantes artistas brasileiros, suas obras integram a exposição Um Presente para Ciccillo, que será lançada nesta sexta-feira, 25, no saguão do teatro do Sesi, em Rio Preto. Com entrada gratuita, a mostra fica aberta para visitação até o dia 7 de outubro.
Com curadoria de Denise Mattar, a exposição reúne 48 obras de grandes artistas. Os desenhos, aquarelas e gravuras foram cedidos pela Fundação Marcos Amaro, que surgiu em 2012 com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento das artes visuais no país. A instituição realiza exposições, divulga, apoia e adquire obras de artistas brasileiros e internacionais.
As 48 obras são as mesmas que estruturaram um álbum que foi formatado especialmente para presentear o industrial Francisco Matarazzo Sobrinho, mais conhecido como Ciccillo Mattarazzo. Apaixonado por artes plásticas, culto e refinado, ele ajudou a colocar São Paulo no mapa das artes a transformar a cidade na capital cultural da América Latina. Ciccillo e sua Yolanda Penteado reuniram obras de seu acervo particular para fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Ciccillo e Yolanda Penteado ainda lançaram a primeira Bienal de São Paulo e contribuíram para a criação do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) e da Cia Cinematográfica Vera Cruz. O álbum foi dado pelo jornalista e político Oscar Pedroso d’Horta a Ciccillo Mattarazzo em 16 de novembro de 1953, durante a II Bienal Internacional de São Paulo.
O corpo principal do álbum é constituído por representantes do primeiro modernismo, do Grupo Santa Helena, da Família Artística Paulista e do Grupo dos 19, e traça um panorama da arte brasileira. O período resgata a memória dos mais experientes e gera apelo para os mais jovens, permitindo um projeto educativo. Por isso, o Sesi está fazendo agendamento para visitas educativas. Interessados devem ligar no telefone (17) 3224-6611.
A exposição conta ainda com obras de Aldo Bonadei, que foi um dos principais membros do Grupo Santa Helena, uma associação de artistas modernistas. Outro nome é Francisco Rebolo, artista de destaque da escola paulista que retratou bairros como a Barra Funda, o Morumbi e o Cambuci. A lista inclui ainda Aldemir Martins, Antonio Bandeira, Samson Flexor, Bruno Giorgi, Victor Brecheret, Carybé, Oswaldo Goeldi, Marcelo Grassmann e Flávio de Carvalho.
Raquel Fayad, diretora executiva da FMA, afirma que a Fundação Marcos Amaro promove a exposição dessa série de obras do contexto histórico da II Bienal de Arte de São Paulo, em 1953, e convida os visitantes para esta imersão artística, política e histórica. “Para a FMA, a mostra tem o grande objetivo de expandir a cultura para o interior paulista.”
Segundo Raquel, a exposição é indicada para qualquer faixa etária. “Porque oferece um panorama da história da arte brasileira, com representantes do modernismo, entre eles Tarsila do Amaral, Victor Brecheret e Geraldo Barros. Oferece informações e reflexões para todos os visitantes.”
Serviço
Exposição Um Presente para Ciccillo, com curadoria de Denise Mattar. Até dia 7 de outubro no espaço galeria do teatro do Sesi, em Rio Preto. Gratuito. Informações: (17) 3224-6611.