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O rico universo artístico de Aleijadinho - Guia das Artes
O rico universo artístico de Aleijadinho
O rico universo artístico de Aleijadinho
Artista mineiro ganha exposição no Masp
inserido em 2018-03-12 19:11:55
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Madeira trabalhada, cores vivas, altares e até esculturas que parecem ganhar vida, entre tantas outras obras ricas, fazem parte do universo criado por Aleijadinho, como é conhecido o artista mineiro Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), que deixa ainda mais belo o Masp (Museu de Arte de São Paulo) com a mostra Imagens do Aleijadinho, que fica em cartaz até dia 10 de junho.

Ao lado da exposição Maria Auxiliadora: Vida Cotidiana, Pintura e Resistência (leia mais abaixo), também no Masp, as obras em cartaz de Aleijadinho inauguram o ciclo de 2018, dedicado às histórias afro-atlânticas, que unem a África às Américas no ano em que a Lei Áurea, uma das últimas do Império, faz 130 anos.

A mostra, cuja organização é assinada por Rodrigo Moura, curador adjunto de arte brasileira do Masp, apresenta 38 esculturas devocionais do artista mineiro. Produzidas durante período colonial no Brasil, as obras de Aleijadinho – uma das principais referências da arte sacra, do barroco e rococó – retratam testemunho dos hábitos religiosos e culturais da sociedade de Minas Gerais durante o período colonial, sem deixar de fora as separações raciais em torno das diferentes irmandades e ordens terceiras, que eram associações de leigos católicos vinculadas aos seus santos padroeiros.

“É uma das maiores exposições do artista. É muito difícil reunir o trabalho dele. Foi, ao todo, um ano e meio de pesquisa e de muito trabalho. Todas essas esculturas nunca foram mostradas juntas. Esses empréstimos são de museus, igrejas e coleções particulares”, explica Moura ao Diário. Entre as obras estão Nossa Senhora das Dores, feita em madeira policromada, e São Simão Stock, criada em madeira dourada, prateada e policromada.

Além das esculturas o público poderá apreciar fotografias de nomes como Horacio Coppola e Marcel Gautherot, que documentaram sua obra ao longo do século 20, além de mapas, gravuras, pinturas e esculturas de viajantes e outros artistas, como Alberto da Veiga Guignard, Henrique Bernardelli, Tarsila do Amaral, e que contribuem, de alguma forma, para o entendimento do contexto, importância e influência do artista mineiro. No total o visitante poderá ver cerca de 50 peças.

“Quando falamos de Aleijadinho temos de entender que houve uma construção cultural bem mais ampla em torno dele. Na mesma região (mineradora) em que ele estava tinha centenas de artistas trabalhando ao mesmo tempo e no mesmo período. E ele era um deles”, explica o curador.

Para ele, Aleijadinho se destaca, primeiro, porque a obra é especial. Ele lembra da grandiosidade e riqueza das obras feitas na cidade Congonhas, em Minas, que é o conjunto da Paixão de Cristo, criado em seis capelas. “Sua obra é muito convincente e não deixa dúvidas da qualidade. E, além disso, tem a questão da construção cultural do artista. Serviu e serve hoje como figura mágica da arte brasileira. Tem uma série de atributos que geraram esse mito que ele é hoje.

Imagens do Aleijadinho – Exposição. No Masp – Av. Paulista, 1.578. São Paulo. Telefone: 3149-5959. Até 10 de junho. Ingr.: R$ 15 a R$ 30.

 

Obra do acervo andreense está na Capital
Junto da exposição Imagens do Aleijadinho, o Masp apresenta trabalho da também mineira Maria Auxiliadora (1935-1974) com a mostra Maria Auxiliadora: Vida Cotidiana, Pintura e Resistência, que também fica em cartaz em São Paulo até 10 de junho (R$ 17 a R$ 35).

Com curadoria de Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp, e Fernando Oliva, curador do Museu, a mostra é ilustrada por 82 obras da artista, que cresceu na Capital paulista e veio de família de artistas brasileiros autodidatas e integrantes do movimento negro.

Entre as obras está uma que é de Santo André, parte do acervo artístico da Casa do Olhar Luiz Sacilotto. A tela em questão, de 1969, é Festa Junina, que foi premiada na segunda edição do Salão de Arte Contemporânea de Santo André, realizado no mesmo ano. Segundo Nilo de Almeida, encarregado da Casa do Olhar e especialista em artes plásticas, o empréstimo da obra foi solicitado pela equipe curatorial do Masp devido à relevância da mesma na trajetória da artista.

Almeida explica que hoje em dia se amplia a visão conceitual, mas um trabalho com características como o dela era considerado fora do contexto da arte contemporânea e tratado, muitas vezes, como algo folclórico, ingênuo, despido de sofisticação ou complexidade. “Isto marca desde o início o compromisso do Salão de Arte (andreense) com uma percepção ampla do fazer artístico, que tem orientado as diversas comissões de seleção ao longo dos anos.”

 

Fonte: dgabc

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