De 30 de março a 23 de julho, o Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba, abre ao público a exposição Imagens Impressas: um Percurso Histórico pelas Gravuras da Coleção Itaú Cultural – no dia da abertura, o curador Marcos Moraes fala ao público. A mostra mapeia cinco séculos da produção gráfica europeia, em um total de 148 das 451 imagens impressas que compõem este acervo. Ela apresenta, de forma didática, as diferentes técnicas de gravuras dos séculos XV a XIX.
“As primeiras imagens são xilogravuras produzidas no século XV”, conta o curador. “A partir desse período, aprimoram-se as técnicas, são incorporadas inovações e é desenvolvida a linguagem gráfica. Por esse caminho, no século XIX a gravura chega à autonomia”, conclui.
Entre os destaques de Imagens Impressas estão 17 peças do artista e caricaturista francês Honoré-Victorin Daumier. Cinco delas são exibidas pela primeira vez desde a sua aquisição: Quelle heurese rencontre! – Les Amis (ca.1840), Mais pis que (s.d.), C’est bien parce (s.d.), Um ami est – Les Amis (ca. 1840), J’offrirai à monsieur (s.d.). Dele, há também o original de uma charge publicada no jornal Le Charivari, um dos principais veículos franceses no período. A imagem é exposta de forma perpendicular à parede em uma moldura de acrílico, de modo a estar visível igualmente a parte de trás da folha do jornal, com notícias e anúncios.
Chama a atenção, ainda, uma série de trabalhos de artistas mais conhecidos como pintores, como Edouard Manet, Eugène Delacroix, Francisco Goya, Henri de Toulouse-Lautrec e Rembrandt van Rijn. A gravura mais antiga em exibição na mostra é Cristo Carregando Cruz, feita em 1475 por Martin Schongauer, um dos primeiros gravuristas de que se tem notícia. Vale ressaltar, por sua vez, as ilustrações realizadas por Gustave Doré, no século XIX, para o livro A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
A exposição
No espaço expositivo, as obras são divididas em núcleos, cada um deles representando um século. Um texto explicativo situa o visitante quanto às técnicas presentes no período, bem como as principais temáticas representadas. Verbetes explicam o que são cada uma das técnicas – xilogravura, grafia em metal e seus diversos tipos, como buril, água-forte e água-tinta, e litografia. Prezando pelo didatismo, a exposição se vale de um recorte representativo dessa modalidade artística, pela diversidade de técnicas, temas e destinações das gravuras.
Embora respeitando essa separação por séculos, Marcos Moraes optou por uma organização espacial que propõe ao visitante uma diversidade de percursos, afirmando, assim, a independência das imagens impressas apresentadas. A proposta da curadoria é apontar a complexidade das relações entre as imagens e as inovações técnicas, além da ampliação permanente, ao longo do período trabalhado, dos temas e dos interesses que levaram os artistas gravadores a incorporá-los em seu universo visual.
Como observa o curador, a imagem impressa acompanha a humanidade desde os seus primórdios. Podemos remontar essa trajetória às primeiras mãos marcadas, por meio de pigmentos, nas paredes de grutas e cavernas. Para abordar esse meio de criação é preciso, portanto, delimitar um escopo. A mostra Imagens Impressas propõe, assim, um percurso histórico pelas gravuras do Itaú Cultural, mapeando cinco séculos da produção gráfica europeia.
Esta exposição se inscreve nas ações promovidas pelo Itaú Cultural para garantir o acesso ao Acervo de Obras de Arte do Itaú Unibanco, que hoje conta com mais de 15 mil itens.