A exposição acontece num período especialmente efervescente onde a cidade de São Paulo recebe um network internacional de profissionais ligados á fotografia. Não se trata, no entanto, de um evento paralelo ao mercado tradicional, mas sim, diagonal. Uma linha de comunicação que se estende a todos os aficionados em fotografia, dos diletantes aos profissionais, que poderão participar dessa mostra.
A iniciativa é de Paulo Kawall, um dos mais ativos fotógrafos paulistanos. Expoente da geração surgida na década de 1970, artistas que transformaram São Paulo num dos polos criativos da fotografia mundial, suas obras serão o carro-chefe desse evento, com ênfase em registros fotográficos feitos no Brasil, Cuba, Turquia e Israel.
Paulo, um fotógrafo forjado e consagrado dentro das técnicas tradicionais da fotografia, resolveu mergulhar no universo das imagens digitais. O aprendizado foi profícuo e os resultados excelentes. Nessa mostra, ele expõe um material inédito impresso em canvas, a tradicional "tela", suporte básico das pinturas a óleo.
As fotos impressas em canvas obtém uma textura especial e tem o certificado de qualidade da Canson, fabricante do produto. As impressões foram realizadas pela WE Print, um das poucas empresa autorizadas pela Canson a utilizar esse processo no Brasil.
Um dos destaques da mostra é a foto apelidada de "Abaporu da Fotografia (ou do Futebol)", imagem emblemática do eterno renascimento do país do futebol,
capturando em lente grande angular com leve distorção o momento mágico e sagrado da pelada de futebol, templo dos futuros craques do gramado. Essa obra, em formato de 110 cm por 170 cm, já foi exposta no MASP.
Paulo Kawall Vasconcellos, nascido em julho de 1955, fotografa desde os 12 anos de idade. Iniciou sua vida profissional como assistente da fotógrafa Claudia Andujar.
Em 1973 chamou a atenção da crítica com um ousado audiovisual sobre o grupo Dzi Croquetes. Dois anos depois, após uma longa peregrinação fotográfica pelo nordeste do país, Paulo retorna a São Paulo e realiza sua primeira exposição individual, intitulada "BUIO, Brasileiro, Urbano, Independente, Otimista", reunindo uma coleção pungente de retratos do homem comum. Sob a curadoria de Pietro Maria Bardi, a mostra foi instalada no MASP e obteve visitação recorde na época.
Daí em diante, trabalhou intensamente atendendo o mercado editorial, a cena cultural e a indústria fonográfica. Paulo foi autor de inúmeras capas de discos.
Rita Lee, Raul Seixas, Hermeto Paschoal, Baden Powell e Elis Regina foram alguns dos artistas por ele retratados.
Em 1997, criou a galeria itinerante Fotoaria Brasil que circulou por várias cidades do país expondo fotos suas e de outros profissionais. Em 1998, depois de uma longa viagem pelos EUA, realiza a exposição "O Beijo na América".
Irrequieto e empreendedor, Paulo tem se dedicado atualmente, além da fotografia, sua primeira paixão, a construir casas inovadoras usando material reciclado que já estão se tornando 'trending topics' no AirBnB. A Casa de Vidro, no município de Gonçalves, sul de Minas Gerais, é um exemplo disso.