Conhecido por suas histórias inflexíveis e muitas vezes cruéis como "Violência Gratuita" e "Caché", os críticos estavam corretos em presumir que o título do mais recente filme de Haneke era irônico.

Protagonizado pela estrela do cinema francês Isabelle Huppert e por Jean-Louis Trintignant, o momento mais impressionante na história de uma família burguesa disfuncional é o finalm, quando Trintignant é empurrado em sua cadeira de rodas para fora de uma festa à beira-mar por sua adorável, mas sinistra, neta.

"Demorou três dias para gravar o final do filme", disse Trintignant em coletiva de imprensa após a exibição. "É bem ambíguo, existem diversas possibilidades. É chamado de 'Happy End'. Pode ser um final feliz, mas também pode ser um final infeliz".

Repetição?

Diversos críticos reclamaram que Haneke, de 75 anos, estaria reaproveitando material antigo. Sua última Palma de Ouro foi pelo filme "Amor", também protagonizado por Trintignant como um personagem enfrentando o fim da vida.

"Um quadro curioso, desconcertante e algumas vezes traiçoeiramente efetivo de grandes sucessos", foi o resumo do jornal britânico "The Telegraph", escrito pelo crítico de cinema Tim Robey.

Peter Bradshaw, do jornal "The Guardian", chamou "Happy End" de "uma comédia negra de pura sociopatia... tão cativante quanto uma novela satanicamente inspirada, uma dinastia de almas perdidas".