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Homenagem do Senado Federal, Yara Tupynambá - 90 Anos Festas de São João- Guia das Artes
Homenagem do Senado Federal, Yara Tupynambá - 90 Anos Festas de São João
Homenagem do Senado Federal, Yara Tupynambá - 90 Anos Festas de São João
inserido em 2022-04-26 19:57:21
Conteúdo

 

90 Anos Festas de São João


Foram os bandeirantes que, em saga exploratória, descobriam o território mineiro, nele traçando caminhos e implantando cidades, onde igrejas foram plantadas como se fossem pintadas, suas colunas douradas de talho, seus oratórios, santos e ostensórios, assim nasce a arte mineira, misto de artífices portugueses e brasileiros que construíram nosso mais belo barroco.


O que fica guardando em séculos, renasce com a visão de Juscelino que, nos anos 40, cria a Pampulha além de trazer para Belo Horizonte, o artista Alberto da Veiga Guignard, que criara a escola onde foram formadas duas gerações de jovens artistas, o primeiro grupo entre 44 e 54 e o segundo de 54 a 60.


É nesta segunda geração que aparece a jovem Yara Tupynambá, que ali cerca seus conhecimentos através dos cursos de Mísabel Pedrosa e Osvald Goeld, e, mais tarde, frequentando a bolsa de estudos que lhe dá o Pralt Institute, em Nova York.


Sua visão de arte lhe dá a diretiva para a criação de murais históricos, pois, segundo a artista, é preciso mostrar o livro “onde se lê o povo”.


Hoje, sete destes murais estão tombados pelo Patrimônio Histórico e Artístico de Belo Horizonte.
Sua Pintura segue o mesmo conceito: é preciso mostrar a criatividade popular através de suas séries Jequitinhonha, favelas, festas de N Senhora do Rosário, como seus das artes e fiéis, seus santos de devoção e festeiros.


Assim nascera a serie Festa de São João, com estandartes do santo e seu cordeiro, suas bandeirinhas, pequenas igrejas, as fogueiras e o cenário onde janelas e portas iluminadas mostram a cidade vida e pronta para a festa.


Ao acolher o trabalho de Yara Tupynambá na galeria do Senado, confiamos a herança cultural que continua em Minas, agora, abrigando, também, nossa fé e esperança no futuro e na força do povo brasileiro.

Rodrigo Pacheco
Presente do Senado Federal

Há noivas, terra e balões. Cultura popular, originalidade e invenção. Guimarães Rosa diz que muitas são as Minas. Yara é a própria expressão dessa diversidade. Dedica sua vida a arte, que é um inventário vivo, espetacular da mineiridade.


Yara é, como Minas, um Estado de Espírito. Da tradição, da terra e das suas verdades é que Yara Tupynamba _ essa imensa mulher luz __, nos desvela o que não vemos: a inefável transcendência da arte que tudo vê.


O que sua obra traduz, a todo o momento, é técnica por meio de pesquisas profundas das nossas gentes, culturas, modos de vida e beleza. Em Yara, a beleza, mesmo na representação da tragédia, torna-se história, pela leitura clara de temporalidades sem tempo.


Yara de luz do conhecimento que só os grandes artistas conseguem expressar. É, pois, a beleza da vida mesma, enquanto existência, que ela pinta de seus quadros e painéis: “Patrimônio Histórico da Mineiridade”. A noiva que expecta, os balões da terra que ganham o universo. Metáfora que poderia também sintetizar a artista. Mas tudo é pouco, vendo que sua obra é imensa e inesgotável fonte de conhecimento. Há muito que estudá-la. Muito.


No ano do Bicentenário da Independência e do Centenário da Semana de Arte Moderna, sua efervescente produção é inspiradora. Síntese mesmo da mineiridade que se faz brasilidade, visto a história de Minas Gerais como antropofagia do território, desde o mestre Aleijadinho até os dias atuais. É aqui que o original se torna regra e o nacionalismo da Inconfidência Mineira, porta para a liberdade. Yara segue firme nessa tradição, desde os grandes daqui que existiram ao que somos.


Sob a luz do luar, entre montanhas e fogos de artifício, sobrados e igrejas, de um azul que não é triste nem é frio, pois se alegra ente fogueiras, quadrilhas e o quentão de nossas festas juninas, vê-se uma Minas plural que toma as ruas para se reunir, com as bênçãos de São João, celebrando até na maior de suas metrópoles, a cultura popular e tradicional. O simbólico e litúrgico. O respeito. Yara é e sempre será nossa luz terrena, forte, de contrastes e cores profundas.


De olhar sagaz e de ternura efervescente de uma criança que a cada momento descobre algo novo. Yara Tupynamba é sempre nova dada que é vanguarda.
Yara eterna, sua obra de sua presença no mundo desperta amor.

Leônidas Oliveira
Secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais

A Muralista do Brasil


Escrever sobre a pintura de Yara Tupynambá é dissertar sobre Minas Gerais, sua história, sua geografia, seu barroco, seus valores, seus poetas, suas festas e costumes. Oriunda da geração de alunos do Mestre Guignard que em Minas lecionou no Parque Municipal de BH nas décadas de 1940 e 1950, trazido pelo então prefeito de BH Juscelino Kubistchek, a artista trilhou uma trajetória de destaque e grandes conquistas. Teve aulas de modelagem com Franz Weissmann.


Estudou gravura com Misabel Pedrosa. Permaneceu uma temporada de grande aprendizado com Goeldi na Escola Nacional de Belas Artes/RJ, onde também teve oportunidade de trocar experiências e conviver com mestres da gravura brasileira como Samico, Grassmann e outros.
Voltando a BH, ganhou uma bolsa de estudos no Pratt Institute, em Nova York. Retornando, Yara continua como professora na recém-inaugurada Escola de Belas Artes da UFMG.


Muralista maior, sua carreira artística registra participações em salões e prêmios importantes de nível nacional com destaque de “Artista do Ano” pela trajetória, pela ABCA (Associação Brasileira de Críticos de Arte) em 2012, em São Paulo. Minas Gerais foi poeticamente descortinada por suas tintas e pincéis representadas nas mais de centenas de pinturas, desenhos e aquarelas além dos mais de 100 murais espalhados em órgãos públicos e coleções particulares, sendo 7 dos murais tombados pelo Patrimônio Artístico e Histórico de Belo Horizonte em 2009 com realce para “Inconfidência Mineira”, na reitoria da UFMG e “Desbravamento do Rio São Francisco”, na Faculdade de Educação.


A exposição que ora é apresentada no espaço do Senado Federal é uma merecida homenagem aos 90 anos de idade desta grande artista com mais de 70 anos de carreira artística e um imenso presente a todos que tiverem a oportunidade de apreciar a mostra. O tema escolhido pela artista é a Festa de São João. Balões, bandeirinhas, fogueira, igrejas, casas históricas, a noiva, os santos, as noites de São João se misturam e culminam em verdadeiro deleite visual presenteando os espectadores com um conjunto inédito de pinturas de requintada e primorosa elaboração cuja festa popular é tão presente e marcante na vida dos brasileiros em todas as regiões.


Yara Tupynambá, por dedicação e coerência ao trabalho, pelo amor e inigualável contribuição à cultura e à história de Minas, merece todas as honras e reconhecimento, com a sua dignidade de sempre e os nossos agradecimentos. Seu exemplo de luta e a busca incessante pelo conhecimento que culminou nesta vitoriosa trajetória são motivo de inspiração para as novas gerações e de alegria para nós, mineiros. Assim como outros grandes artistas brasileiros e internacionais, o tempo destinará a Yara Tupynambá o valor e o peso a que ela faz jus.


Leonardo Reis
Marchand
Errol Flynn Galeria de Arte

Yara Tupynambá


Essa grande artista sempre me provocou um certo espanto.


Baixa estatura, cabelo curtos, lisos e negros, faces que marcam sua ascendência dos índios tupinambás. Olhar penetrante que demonstra inteligência viva e caráter determinado.

Curiosidade infinita sempre buscando aprender algo novo e renovar-se. O talento é bem imaterial e se transforma! E Yara é artista completa, que transpira arte, pronta a conosco compartilhar o que sabe e a ensinar seus discípulos o melhor de si. Vocação marcante de Mestra: fui sua aluna num curso de História das Artes e eram inspiradoras suas aulas.


Estudiosa, fez muitas viagens e visitou dezenas de Museus do mundo, podendo graças a isso transmitir o muito que aprendeu com Goeldi e Guignard, entre outros.


Nossa querida Yara, alma generosa, criatura do bem, mãe extremosa, sempre correta e exigente consigo mesma e com os outros. Os brasileiros precisam conhecer mais ainda esta mineira para a admirarem como bem merece, grande valor das nossas Minas Gerais e do Brasil!

Sobre as Festas Juninas


Nasci num 30 de junho e sempre comemoramos ao lado de uma fogueira, em torno de uma mesa de canjica, quentão, pé de moleque, bolo de fubá, pipoca.


Fogos de artifício espocando, muito forró, as músicas das alegres quadrilhas com as “roupas da roça”, dos “jecas” e das comadres em vestidos de chita, chapéus de palha, rendas, as botinas, calças e camisas remendadas.


Casamento na Roça não podia faltar: o noivo querendo fugir do padre, tudo evocando as tradições populares, brejeiras, leves e louvando os Santos da época:
Santo Antonio (o casamenteiro), São João e São Pedro. É tudo isso que a pintura da Yara Tupynambá traz ao Senado nessa temporada.

Maria Elvira de Sales Ferreira
Ex-Deputada Estadual
Ex-Deputada Federal
Ex-Secretária de Turismo
Presidente do Conselho de Turismo da ACMinas

Festas de São João


Festa de São João... Quem não participou desta festa, pertencente a tradição de nossas cidades, representando com luzes e simbolismos, a alegria e fé do povo brasileiro?
Festa de origem pagã, que na Idade Média representava a farta colheita de grãos, que acontecia no tempo do solstício, foi tomada pela igreja, para representar a luz e a fé cristã, segundo a tradição.


Quem foi São João?


Carismático por suas pregações como profeta, anunciando e batizando Jesus como “testemunho da luz e cordeiro de Deus”, acaba sua vida decapitado a mando Herodes que procurava extinguir tudo que podia abalar o poder romano.


Como representar isto?


Com a fogueira, acessa na antiguidade para representar seus heróis, incorporando a cultura indígena através do milho, que representava seu alimento e trazendo as quadrilhas de Portugal, que eram a alegria e fé no Santo.


Assim, esta festa portuguesa chega a nossa tradição cristã, desde o período da colonização do Brasil, especialmente no nordeste, onde começa nossa cultura.


É todo este encanto de céus estrelados, igrejas festivas, bandeirinhas, fogos de artifício e casas que representam nosso povo, acrescentamos os estandartes com São João menino e seu cordeiro, que é o Cristo que ele mostra ao mundo.


Com alegria mostro, através do Senado, tudo aquilo que foi meu encantamento na infância e que hoje representa a força e a fé do povo brasileiro.

Yara Tupynambá
Artista Plástica

 

A exposição, que vai até 24 de maio, além de homenagear o período de festividades juninas, comemora os 90 anos de artista.

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