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Galeria de arte com hora marcada no Jardim Botânico reúne obras de 18 brasileiros - Guia das Artes
Galeria de arte com hora marcada no Jardim Botânico reúne obras de 18 brasileiros
Galeria de arte com hora marcada no Jardim Botânico reúne obras de 18 brasileiros
Entre renomados e principiantes, artistas do Rio, São Paulo e do Sul têm entre 24 e 80 anos.
inserido em 2017-03-20 12:28:49
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Uma galeria de arte com interfone na porta, mobiliário em madeira, piso de tábua corrida de peroba com jequitibá, cactos sobre o chão e sobre a mesa, plantas nas janelas, três gatos gaiatos, churrasqueira, gambiarra e rede na varanda. Uma casinha meio rosa, meio salmão por fora, no Jardim Botânico, com paredes brancas do lado de dentro, muitos pregos e muitos quadros pendurados, um quartinho da bagunça. Bem-vindo à Quadra.

— A sala ao lado é o caos. Mas é um caos de arte. A gente chama de salinha suja. O Bernardo (Bonilauri) pinta lá. Todo mundo quer conhecer — comenta a designer e curadora de arte Marcela Setton, de 24 anos.

Marcela e Bernardo, de 28, artista, tatuador e também designer, abriram as portas, com hora marcada, do híbrido de casa e galeria de arte no final do ano passado. Ele mora lá. Nas outras salas funcionam seu estúdio de tattoo e o ateliê de joias A Clandestina. No andar de baixo, um estúdio de música.

— Morar é a menor parte — diz.

Juntos escalaram um time de 18 artistas brasileiros como Guto Lacaz, Ana Freitas, Mateu Velasco, Gustavo Francesconi, Rafael Uzai e Laura Gorski, de Porto Alegre, São Paulo, Curitiba e Rio, dos 24 aos 80 anos, alguns renomados, outros principiantes. Puseram o site no ar, pregaram os quadros nas paredes e passaram a receber visitas.

— Percebemos que existia um gap muito grande entre uma pessoa comprar um pôster sem curadoria, sem ser assinado por um artista e entrar numa galeria para comprar uma obra de arte de valor. Muita gente que entra numa galeria não tem coragem de perguntar os preços. E quem cuida da venda, normalmente, é um agente e não o colecionador — observa Marcela.

— Estou te vendo com vários quadros lindos atrás — afirma Bernardo, enquanto conversa com a repórter. — Fizemos uma decoração mais intimista para que o cliente consiga se imaginar em casa. E nós também vamos até os apartamentos deles para dar consultoria na hora de escolher os quadros. É um serviço para quem está começando a pensar na decoração.

Ao todo, a Quadra têm 120 obras, sem contar com os múltiplos, entre canvas, pinturas óleo e acrílica, gravuras e fotografias. A proposta é que os valores sejam acessíveis — os preços que vão de R$ 200, para gravuras sem moldura, a R$ 5 mil.

— O high-low é uma coisa que as pessoas estão praticando em diversas faixas sociais. É legal você misturar uma coisa um pouco mais barata com outra mais cara. A vida é assim — defende Bernardo.

A seleção do acervo levou um ano para ficar pronta. Marcela e Bernardo bisbilhotaram nomes de artistas nas principais residências do Brasil, ficaram de olho nos candidatos ao Prêmio Pipa e aceitaram indicações.

— Primeiro, analisamos se o trabalho nos instiga. O segundo momento é se tem a ver com a nossa linha curatorial, se dialoga com os outros artistas que temos na casa. Depois, se é um trabalho consistente e tem continuidade. Nossos artistas não são exclusivos — explica Marcela. — Queremos trazê-los para mais perto do nosso público. Incentivamos os artistas a focar na produção, e a esquecer a parte de comercialização, logística, entrega.

Um dos hits cobiçados da galeria são os convites metalizados, rosa e azul, que a paulistana Flávia Junqueira, de 32, fez para uma exposição.

— São tíquetes de carrossel. Como a Quadra trabalha com obras pequenas a preços muito acessíveis, a venda tem um grande frescor — diz a artista, cujo trabalho é vendido por R$ 200.

Também no elenco da Quadra, Ana Freitas, de 36, faz uma reflexão sobre o tempo no projeto exibido na galeria.

— Quando fui convidada, achei muito interessante. Porque eles se posicionam de um jeito diferente no mercado — opina Ana. — Apresento uma série de fotogramas, em que criei uma imagem mental sobre o tempo, a partir de vários encontros com um físico.

 

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