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Fundação Edson Queiroz realiza exposição na Embaixada do Brasil em Roma - Guia das Artes
Fundação Edson Queiroz realiza exposição na Embaixada do Brasil em Roma
Fundação Edson Queiroz realiza exposição na Embaixada do Brasil em Roma
Mostra fica em cartaz de 1º de março a 5 de maio. Obras de renomados artistas como Volpi, Anita Malfatti e Tomie Ohtake podem ser visitadas.
inserido em 2018-02-08 17:58:53
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De 1º de março a 5 de maio de 2018, a Fundação Edson Queiroz, de Fortaleza, apresenta exposição com 76 obras pertencentes a sua coleção na Embaixada do Brasil em Roma. Trata-se de uma seleção das mais expressivas obras de arte moderna criadas por artistas brasileiros ou radicados no Brasil entre as décadas de 1920 e 1960.

Com curadoria de Regina Teixeira de Barros e projeto expográfico de Vlamir Saturni, a mostra com título italiano “Arte Moderna in Brasile – Collezione della Fondazione Edson Queiroz” (Arte Moderna no Brasil – Coleção da Fundação Edson Queiroz), faz parte de uma itinerância, desde 2015, com exposições já realizadas na Pinacoteca de São Paulo; na Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte; na Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre; no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba; na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro; e no Museu Coleção Berardo, em Lisboa. A exposição na Embaixada do Brasil em Roma tem patrocínio do Sistema Verdes Mares e Valgroup.

 

A coleção na mostra

Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz, sediada na cidade de Fortaleza, na região Nordeste do Brasil, vem constituindo uma das mais sólidas coleções de arte brasileira do país. Das imagens sacras do período colonial à arte contemporânea, a coleção percorre cerca de quatrocentos anos de produção artística, com obras significativas de todos os períodos. A exposição “Arte Moderna in Brasile – Collezione della Fondazione Edson Queiroz” traz um recorte desse precioso acervo, destacando um conjunto de obras produzidas entre as décadas de 1920 e 1960, por artistas brasileiros ou estrangeiros residentes no país.

A presidente da Fundação Edson Queiroz, Lenise Queiroz Rocha, destaca a importância da exposição para a arte e a cultura brasileiras. “Eu sinto que esta exposição inicialmente em Portugal e depois em Roma é de muita importância não só para a Unifor e para a Fundação Edson Queiroz, mas para o Estado do Ceará e de uma certa forma para o Brasil porque trouxemos 76 importantes obras do modernismo brasileiro para um continente que transpira arte”, destacou.

“Levamos para a Europa um recorte importante do acervo da Fundação Edson Queiroz, com artistas que representam bem a arte moderna brasileira”, salienta o chanceler da Universidade de Fortaleza (Unifor), Edson Queiroz Neto. O chanceler destaca a realização de um projeto sonhado pelo seu pai, Airton Queiroz, um dos maiores colecionadores do Brasil, falecido em julho de 2017. “Sinto-me muito emocionado porque esta exposição no exterior foi a última grande alegria do meu pai. Ele sonhava com esse projeto internacional”, ressalta.

A mostra inicia-se com trabalhos dos chamados anos heroicos do Modernismo brasileiro – década de 1920 – em que as tentativas de renovação formal estão na ordem do dia. Muitos dos artistas da primeira geração modernista residiram por algum tempo em Paris, onde entraram em contato com as vanguardas históricas e delas se alimentaram. Paralelamente à modernização da linguagem, alguns artistas dessa geração também se interessaram pela busca de imagens que refletissem ideias de “brasilidade”. Nesse momento, o debate nacionalista girava em torno da recuperação de elementos nativos, anteriores à colonização portuguesa, somados à miscigenação racial, fator que passara a ser considerado decisivo na formação do povo brasileiro.

As décadas de 1930 e 1940 foram marcadas por uma acomodação das linguagens modernistas. As experimentações cedem lugar a um olhar para a arte do passado e, nesse momento, surgem “artistas-professores”, como Ernesto de Fiori, Alberto da Veiga Guignard e Alfredo Volpi, que se tornariam referenciais para os seus contemporâneos e para pintores de gerações vindouras. Desse período, merecem destaque os trabalhos de Alfredo Volpi e José Pancetti, que, além de estarem presentes com um número significativo de obras na Coleção da Fundação Edson Queiroz, estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração.

O núcleo da exposição dedicado à abstração geométrica – tendência que desponta nos últimos anos da década de 1940 e que se consolida na década de 1950 – abrange pintores do grupo Ruptura, de São Paulo, e artistas dos grupos Frente e Neoconcreto, ambos do Rio de Janeiro. A exposição reúne ainda uma seleção de artistas que não aderiram a grupo algum, mas adotaram uma linguagem abstrato-geométrica singular, mesclando-a, muitas vezes, com certo lirismo. O último segmento da mostra é consagrado à abstração informal, que ganha espaço na década de 1960, e a artistas que conceberam a tela como um campo para experimentações com materiais diversos, apontando para práticas que se multiplicariam nas décadas seguintes.

Em 2015, a Fundação Edson Queiroz começou exposição itinerante por todo o Brasil, passando por São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro, e chegou à Europa, iniciando por Lisboa, Portugal. A exposição oferece a oportunidade para que mais pessoas conheçam e tenham acesso a um dos acervos de artes visuais mais importantes do Brasil, uma forma de disseminar e democratizar o acesso às artes.

O tema da exposição proporciona uma aproximação com as diversas vertentes, influências e movimentos da arte brasileira do início do século XX. “O recorte escolhido pela curadora possibilita fazer as mais diversas associações entre a trajetória de nossos artistas e o contexto histórico e artístico internacional. Essas foram décadas marcadas por profundas mudanças políticas, econômicas, sociais e culturais em todo o mundo”, frisa o vice-reitor da Unifor, professor Randal Pompeu.

Na Embaixada do Brasil em Roma, um dos destaques será a obra Duas Amigas, de Lasar Segall, pintura referencial da fase expressionista do artista. Por um lado, Segall emprega cores não realistas, imbuídas de valor simbólico, por outro, lança mão de princípios cubistas, simplificando as figuras por meio de planos geometrizados. A exposição percorre também os chamados anos heroicos do modernismo brasileiro, apresentando obras de Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.

Para a curadora Regina Teixeira de Barros, as histórias que delineiam a vizinhança física dos trabalhos artísticos das obras proporcionam diversas possibilidades, uma vez que muitas são as opções apresentadas a um só tempo. “O olhar pode vagar de uma pintura a outra, pendurada ao lado, instalada na parede oposta ou entrevista na sala seguinte. De uma única obra, podem-se desdobrar múltiplas narrativas, que se entrecruzam, se espelham, se confundem ou se confrontam à medida que o olhar avança, retrocede, salta ou recomeça”, ressalta.

Serviço:

Exposição: “Arte Moderna in Brasile – Collezione della Fondazione Edson Queiroz” (Arte Moderna no Brasil – Coleção da Fundação Edson Queiroz)
Abertura: 1º de março de 2018
Período expositivo: 2 de março a 5 de maio de 2018
Horário de visitação: de terça a sábado, das 10h às 18h
Local: Galeria Candido Portinari e Biblioteca Tullio Ascarelli da Embaixada do Brasil em Roma
Endereço: Palazzo Pamphilj, Piazza Navona 10, 00186 Roma, Itália

 

Fonte: G1

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