Henrique Bernardelli (Valparaíso, Chile 1858 - Rio de Janeiro RJ 1936). Pintor, desenhista, gravador, professor. Irmão do escultor Rodolfo Bernardelli (1852-1931) e do violonista e pintor Felix Bernadelli (1862-1905). Chega com a família ao Brasil no começo da década de 1860, se estabelecendo no Rio Grande do Sul. Em 1867, transfere-se para o Rio de Janeiro. Três anos depois, matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes (Aiba), juntamente com o irmão Rodolfo. É aluno de Zeferino da Costa (1840-1915), Agostinho da Motta (1824-1878) e Victor Meirelles (1832-1903). Viaja para a Itália em 1878. Em Roma, freqüenta o ateliê de Domenico Morelli (1826-1901) com quem estuda até 1886. Volta ao Brasil no mesmo ano, realiza no Rio de Janeiro uma exposição individual que causa interesse e polêmica no meio local. São apresentadas, entre outras obras, Tarantela (1886), Maternidade (1878), Messalina (1880), Modelo em Repouso(ca.1881) e Ao Meio Dia.
Leciona na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) de 1891 a 1905, quando não aceita a renovação de seu contrato, alegando que a instituição precisa renovar seus quadros periodicamente. Juntamente com o irmão, passa a lecionar em um ateliê particular, na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro, onde estudam, entre outros, Lucílio de Albuquerque (1885-1962) e Georgina de Albuquerque (1885-1962), Eugênio Latour (1874-1942), Hélios Seelinger (1878-1965) e Arthur Timótheo da Costa (1822-1922).
Na década de 1890, realiza importantes trabalhos decorativos, como a pintura de painéis para o interior do Theatro Municipal, os painéis O Domínio do Homem sobre as Forças da Natureza e A Luta pela Liberdade, para a Biblioteca Nacional , ambos no Rio de Janeiro, e para o Museu Paulista, em São Paulo. Merecem especial destaque os 22 medalhões em afresco que adornam a fachada do atual edifício do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), expostos no Salão da Enba de 1916. Em 1931, diversos pintores insatisfeitos com o modelo de ensino da Enba organizam-se coletivamente criando um grupo voltado ao aprimoramento técnico e a reformulação do ensino artístico, dando-lhe o nome de Núcleo Bernardelli em homenagem aos professores Henrique e Rodolfo.
HENRIQUE BERNARDELLI
ANFITRITE
Óleo sobre “tela de viagem”: tecido sobre placa de celulose, cartonado; Painel telado.
Datado: 1921 - Ass. Centro Inferior
Medidas: 38 x 38 cm. Com moldura: 57,5 x 52,5 cm.
Nascido no Chile, em 1857, mudou-se ainda criança para o Brasil, em 1865, quando seus pais, um violinista e uma bailarina, foram contratados pelo Imperador Dom Pedro II para serem preceptores das princesas imperiais.
Em 1870 matricula-se na Academia Imperial de Belas Artes. Entre 1879 e 1888 vive e estuda na Europa. De volta ao Rio de Janeiro em 1888, o artista participou de inúmeras exposições: em 1889, da Exposição Universal de Paris, ganhando medalha de bronze com a tela Os Bandeirantes; em 1890 da Exposição Geral das Belas Artes; em 1893 da Exposição Universal de Chicago.
Em 1891, torna-se professor de pintura na recém-inaugurada Escola Nacional de Belas Artes. Leciona na Escola até 1906, passando então a dar aulas particulares em seu atelier. Sua atuação como decorador merece destaque, tendo realizado trabalhos no Theatro Municipal, na Biblioteca Nacional e no Museu Nacional de Belas Artes.
Em 1916 conquista uma das mais altas premiações que um artista plástico pode aspirar no Brasil: a Medalha de Honra.
Foi membro do Conselho Superior de Belas Artes, para o qual prestou relevantes serviços.
O Museu Nacional de Belas-Artes possui 120 obras suas, de diferentes épocas e técnicas.
A Pinacoteca do Estado de São Paulo possui cerca de 344 desenhos, entre 41 aquarelas e vários óleos.